Mulher é agredida em banheiro de restaurante em Recife: 'Você é homem ou mulher?'

Vítima relata que os funcionários do estabelecimento facilitaram a fuga do agressor do local

Legenda: A mulher foi agredida no banheiro de um restaurante em Recife
Foto: Reprodução

Uma mulher denunciou que foi vítima de agressão após ser questionada se era homem ou mulher no banheiro de um restaurante de Recife, em Pernambuco, no último sábado (23). O caso aconteceu no restaurante Guaiamum Gigante e tem repercutido nas redes sociais desde então.

Segundo o relato compartilhado por um amigo da vítima no X, antigo Twitter, ela foi abordada pelo agressor ao sair do banheiro. Ele teria perguntado se ela era "homem ou mulher". Ela, então, teria questionado o motivo da pergunta, e ele teria respondido: "Porque você está no banheiro errado".

Segundo o G1, que ouviu a vítima, esse foi o momento em que o agressor a golpeou com um soco no rosto. Outros clientes que viram a situação tentaram mantê-lo no local até a chegada dos policiais. No entanto, funcionários do restaurante o conduziram para fora do estabelecimento, o que facilitou a fuga do homem.

"As pessoas tentaram impedir a saída dele, mas o bar escoltou ele para fora. O Guaiamum Gigante foi totalmente conivente com esse agressor. Facilitar a saída dele prejudicou, e muito, o que eu pude fazer a título de, por exemplo, identificá-lo", explicou a vítima ao G1.

Além disso, a mulher relatou que um garçom do restaurante chegou a ironizar a agressão. "Em contato com um amigo que estava na mesa comigo, um dos funcionários disse: 'Ah, mas o menininho foi ao banheiro'. Me tratando com desdém, me tratando com ironia", desabafou.

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O que diz o restaurante

Em contato com o G1, o filho da proprietária do Guaiamum Gigante, Cristiano Falcão, justificou que a lotação do espaço, a demora para a chegada da polícia e o medo de estar lidando com um homem armado motivaram os funcionários a conduzir o agressor para fora do estabelecimento.

"Ele [o segurança] segurou o rapaz e viu o volume na cintura dele. A gente não pode dizer com certeza que ele realmente estava [armado], poderia ser outra coisa, mas para não colocar outras pessoas em risco, a gente resolveu escoltar ele para fora como manda o protocolo. A gente não pagou para ver", alegou Falcão.

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Ele explicou que o restaurante seguiu o Protocolo Violeta, instituído por lei municipal de Recife (nº 19.061) neste ano, que determina o distanciamento da pessoa indicada como agressora em casos de violência e importunação sexual em bares, restaurantes e hotéis.